Nesta quinta-feira o jornalismo ficou de luto, pois neste dia às 00h55, faleceu em São Paulo o jornalista econômico e político, Joelmir Beting. Ele deixa esposa, Lucila de quem ele amava muito, e completaría anos de casados, deixa Erick Beting, e seu filho também jornalista, Mauro Beting. Joelmir, traduzia com palavras simples e brincalhonas, a difícil linguagem da econômia.
Palmeirense fanático, o jornalista parou a vida no jornalismo esportivo pela forte prepotência palestrina que batia em seu peito. Um exemplo de pessoa, e de jornalista, recebeu homenagens de grandes personalidades do Brasil.
A presidenta Dilma Rousseff comentou o falecimento de Beting: "Beting aliava um conhecimento profundo da economia com uma comunicação didática. Usava comparações de uso corrente para fazer com que todo brasileiro pudesse compreender e formar sua opinião sobre os fatos. Beting abriu caminhos para um jornalista econômico sob ponto de vista do cidadão, não de autoridades, nem de corporações. Suas lições merecem ser seguidas".
Joelmir, teve passagens pela Rádio Joven Pan, CBN. Além de estar na TV Gazeta, Record, Globo e atualmente atuava na TV Band, e Rádio Bandeirantes. Era um jornalista que deixou nítido a saudade que esteve na edição do Jornal da Band de hoje, de onde participava da bancada, comentando apenas economia, Ricardo Boechat e Ticiana Villas Boas, não aguentaram-se e deram seus depoimentos durante o jornal.
Além de Dilma Rousseff, seu filho Mauro Beting leu uma carta durante sua participação na Rádio Bandeirantes, aonde estava trabalhando, na hora em que soube da notícia, veja a carta completa, aqui:
"Nunca falei com meu pai a respeito depois que o Palmeiras foi rebaixado. Sei que ele soube. Ou imaginou. Só sei que no primeiro dia depois da queda para a Segunda pela segunda vez, Joelmir teve um derrame antes de ver a primeira partida depois do rebaixamento. Ele passou pela tomografia logo pela manhã. Em minutos o médico (corintianíssimo) disse que outro gigante não conseguiria se reerguer mais".
No dia do retorno à segundona dos infernos meu pai começou a ir para o céu. As chances de recuperação de uma doença autoimune já não eram boas. Ficaram quase impossíveis com o que sangrou o cérebro privilegiado. Irrigado e arejado como poucos dos muitos que o conhecem e reconhecem. Amado e querido pelos não poucos que tiveram o privilégio de conhece-lo.
Meu Pai.
O melhor pai que um jornalista pode ser. O melhor jornalista que um filho pode ter como pai.
Preciso dizer algo mais para o melhor Babbo do mundo que virou o melhor Nono do Universo?
Preciso. Mas não sei. Normalmente ele sabia de tudo. Quando não sabia, inventava com a mesma categoria com que falava sobre o que sabia.
Todo pai é assim para o filho. Mas um filho de jornalista que também é jornalista fica ainda mais órfão.
Nunca vi meu pai como super-herói. Apenas como um humano super. Só que jamais imaginei imaginei que ele pudesse ficar doente fraco de carne. Nunca admiti que nós pudéssemos perder quem só nos faz ganhar.
Por isso sempre acreditei no meu pai e no time dele. O nosso.
Ele me ensinou tantas coisas que eu não sei. Uma que ficou é que nem todas as palavras precisam ser ditas. Devem ser apenas pensadas. Quem fala o que pensa não pensa no que fala. Quem sente o que fala nem precisa dizer.
Mas hoje eu preciso agradecer pelos meus 46 anos. Pelos 49 de amor da minha mãe. Pelos 75 dele.
Mais que tudo, pelo carinho das pessoas que o conhecem, logo gostam dele. Especialmente pelas pessoas que não o conhecem, e algumas choraram comos e fosse um velho amigo.
Uma coisa aprendi com você, Babbo. Antes de ser um grande jornalista é preciso ser uma grande pessoa. Como você fez as duas coisas.
Desculpem, mas não vou chorar. Choro por tudo. Por isso choro sempre pela família, Palmeiras, amores, dores, cores e canções.
Mas não vou chorar por algo que mais que tudo que existe no meu mundo que são meus pais. Meus pais, que também deveríam se chamar minhas mães, sempre foram presentes. Um regalo divino.
Meu pai nunca me faltou mesmo ausente de tanto que trabalhou. Ele nunca me falta por que teve a mulher maravilhosa que é dona Lucila. Segundo seu Joelmir, a segunda maior coisa da vida dele. Que a primeira sempre foi o amor que ele sentiu por ela desde 1960. Quando se conheceram na rádio 9 de julho. Onde fizeram família. Meu irmão e eu. Filhos do rádio.
Filhos de um jornalista econômico pioneiro e respeitado, dê um âncora de TV reconhecido e inovador, de um mestre da comunidação brilhante e trabalhador.
Meu pai.
Eu sempre soube que jamais sería no ofício algo nem perto do que ele foi. Por que raros foram tão bons na área dele. Raríssimos foram tão bons pais como ele foi. Rarésimos foram tão bons maridos. Raríssimos foram tão boas pessoas. E não existe outra palavra inventada para falar quão raro e caro palmeirense foi.
Mas sempre é bom lembrar que palmeirenses não se comparam. Não são mais. Não são menos. São Palmeiras. Basta.
Como ele um dia disse no anúncio da nova arena, em 2007, como esteve escrito no vestiário do Palmeiras no Palestra, de 2008 até a reforma: "explicar a emoção de ser palmeirense a um palmeirense é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense...é simplesmente impossível!
A ausência dele não tem nome. Mas a presença dele ilumina de um modo que eu jamais vou saber descrever. Como jamais saberei escrever o que ele é. Como pai de toda pessoa. Mais quando ainda é um pai que sabia em 40 segundos descrever o que era o Brasil. E quase sempre conseguia. Não vou ficar mais de 40 frases tentando descrever o que pude sentir por 46 anos.
Explicar quem é Joelmir Beting é desnecessário. Explicar o que é meu pai não estar mais neste mundo impossível.
Nonno, obrigado por amar a Nonna. Nonna, obrigado por amar o Nonno.
Os filhos desse amor jamais serão órfãos.
Como oficialmente eu soube agora, 1h15 desta quinta-feira, 29 de novembro. 32 anos e uma semana depois da morte de meu Nonno, pai da minha guerreira Lucila.
Joelmir José Beting foi encontrar o Pai da Bola Waldemar Fiume nesta quinta-feira, 0h55.
Esta carta emocionou à ele, a mim e a você com certeza. Eu, Gabriel, tenho vontade de fazer faculdade de jornalismo esportivo, mas embora o jornalismo de Joelmir seja econômico, ele é e sempre será um dos jornalistas que me serve e continuará servindo de inspiração para seguir minha carreira, pois ele é um vencedor.
Todas essas palavras que seu filho Mauro Beting disse na carta, assino em baixo e concordo. Não sou filho. Mas, serei um filho do jornalismo que Beting nos proporcionou. Esta quinta-feira, o jornalismo ganhou um luto e uma ferida, pois poucos saberam substitui-lo com seu conhecimento e sua categoria.
Vou dizer que tenho apenas 15 anos de idade, e acompanhei comentários de Joelmir Beting na TV Bandeirantes, e todos eles muitas vezes, sempre muito precisos e concluídos.
Portanto, pra você, que assim como eu, vai seguir carreira no jornalismo, tenho uma dica pra você, dê uma olhada na carreira que construiu Joelmir Beting e tente não fazer igual, mas pelo menos fazer um jornalismo honesto, que hoje falta isso no Brasil. Falta também alegria no jornalismo que Joelmir trazia. Sempre feliz.
É difícil, expressar com gestos, palavras ou letras tudo o que o Joelmir representa para o jornalismo brasileiro, pois ele conquistou com sua inteligência todo o povo brasileiro. Palmeirense fanático, ele sempre torceu para este time que neste ano o decepcionou, mas que este Verdão lhe dará alegrias, ainda que Joelmir esteja no céu e na vida eterna.
Neste dia lembraremos de um Joelmir que nos trouxe alegria e um jornalismo ao mesmo tempo sério e brincalhão. Sabe aquele cara que fazia os editores brincarem nos editoriais? Esse cara é Joelmir Beting! Sabe aquele cara que tratou do jornalismo econômico como ninguém? Esse cara é Joelmir Beting...
Com todas as minhas condolências e sentimentos, me despeço com muita tristeza por ele nos deixar, e com muita alegria pelo que ainda vai proporcionar. Obrigado Joelmir Beting, você sempre será nosso!!
Nascimento: 21/12/1936
Falecimento: 29/11/2012